domingo, 8 de janeiro de 2012

Carlos Moreno

                                                           O modelo de 1001 utilidades







Por Claudio Faryas





“Já ouvi histórias engraçadas, em que as pessoas dizem que eu sou dono da Bombril,” disse o ator brasileiro, Carlos Alberto Bonetti Moreno. Ele se tornou famoso por atuar nos filmes da Bombril por mais de trinta anos.
“Eu acho que a união de várias
coisas foi o segredo para que eu pudesse me manter por tanto tempo no ar. E o responsável por manter a campanha no ar por durante tanto tempo é o Washington  Olivetto,” destacou. Carlos Moreno conta que ao criar o personagem (garoto Bombril) em 1978, o publicitário Washington Olivetto trabalhava na DPZ, depois saiu e mais tarde abriu a sua própria agência, a W/Brasil. A partir de então, a conta da Bombril foi para o Washington, onde ele administrou a trajetória desse
personagem durante todo esse tempo. Ele destaca que o Washington Olivetto “soube revigorar, revitalizar o personagem, deixando ele sempre contemporâneo, de modo que o personagem passou a ter uma imagem muito popular, muito simpática, sobretudo muito próxima do público. Eu acho que esses são um segredo, que é um mérito do Washington como criador,” completou.

     Carlos Moreno acredita que, “precisa ter um dom, um talento nato, não é demagogia minha, qualquer trabalho é trabalho, se você aparece na mídia, você não é mais importante do que ninguém, entendo que, é muito importante que, na área em que escolheu, você ter prazer naquilo que está fazendo,” assegurou. Ele ainda acrescentou, “todo trabalho é difícil! Não basta ter talento, ainda que o tenha, precisa de muito trabalho, muito suor e dedicação para que se possa crescer. Sobretudo, quando é uma coisa que te dar prazer, não fica tão sofrido. O importante é você gostar do que faz e se dedicar muito! Você como jornalista sabe disso,” ressaltou.

     Carlos Moreno foi descoberto por Andrés Bukowinski, este o lançou para a publicidade. “O Andrés é a pessoa que me descobriu, você sabe como é a publicidade! Inclusive foi ele quem dirigiu todos os filmes em que eu atuei,” afirmou. Ainda na agência DPZ, Washington Olivetto criou uma campanha para associar a marca Bombril a outros produtos da empresa. Carlos Moreno fez o concorrido teste, passou, fez a campanha, recebeu o cachê e, o objetivo seria parar por ali. Contudo, aquela campanha passou a ter tamanha repercussão que, o chamaram novamente para fazer um contrato de exclusividade por um ano. “Assinei um contrato no qual eu não podia fazer publicidade pra nenhuma outra empresa, seja do ramo da Bombril ou não,” lembrou.

     “ Estar no Livro Guinness é importante, más não é a coisa mais bacana,” declarou.
Os contratos de Carlos Moreno foram sendo renovados, sendo os últimos, por períodos mais longos. A longeva exclusividade com a Bombril lhe rendeu o Guinness Book, como a campanha que ficou mais tempo no ar em toda a história da propaganda internacional, com mais de 340 filmes.

     “Eu não participo nem da criação. Quando um comercial está pronto, uma ação ou algum evento e, na hora que está tudo absolutamente sedmentado, resolvido, aprovado, ai é que eu sou chamado a ir em um estúdio gravar, ou em um evento ser mestre de serimônia, por exemplo. Eu não participo desse dia-a-dia de uma agencia de publicidade nem do departamento de marcketing da própria Bombril. Não faço parte desse meio, não é a minha área. Depois de tantos anos eu virei um símbolo da empresa, as pessoas me vêem na rua, logo associam a minha imagem com a marca Bombril. Depois que a Bombril deixou de ser uma empresa familiar, o controle acionário da empresa passou pra vários grupos estrangeiros, a Bombril só não faliu porque é uma empresa que trabalha com tamanho carísma dos seus funcionários, e o público que tem um carinho pela empresa, continuaram comprando,” completou.

     Sua trajetória inclui a participação no elenco do programa infantil Rá-Tim-Bum, da TV Cultura em 1989, também atuou no programa Viva o Gordo junto com Jô Soares. Em 2004 atuou nos comerciais da financeira Fininvest. Sobretudo, até hoje sua imagem é associada aos consumidores à marca Bombril. Antes da fama, Carlos Moreno formou-se em arquitetura pela FAU (USP), e fez pós- graduação nos Estados Unidos. Contudo, nunca exerceu a profissão. Trabalhou como ator de teatro em São Paulo, porém ganhava pouco, até ser revelado por Andrés Bukowinski.






Veja mais: http://www.bombril.com/