quarta-feira, 30 de março de 2011

Os Jovens e a Leitura



Os Jovens e a Leitura


Michéle Petit é antropóloga, pesquisadora do laboratório de dinâmicas Sociais e recomposição dos espaços do Centre National de la Recherche Scientifique, na França.
Este livro é fruto de vários trabalhos, nos quais somam a brilhante carreira de Michéle Petit. Como por exemplo: Adireção de um estudo na zona rural francesa, e tambem, sobre o papel das bibliotecas públicas na luta contra os processos de exclusão e segregação, tendo por base, entrevistas com jovens de bairros marginalizados.
'um trecho que me marcou neste livro; é o que díz o escritor italiano Alessandro Baricco':
"pessoalmente prefiro a dominação das narrações à dominação exercida pela ciência, a filosofia ou a religião. No filósofo, no erudito ou no padre, há sempre uma espécie de autoridade que não se encontra no escritor".
O que tambem me surpreendeu em um estágio desta leitura; foi a entrevista com um agricultor francês; ele díz:
"Você sabe, eu e minha mulher tivemos sete filhos; issoé algo que realmente mantem uma pessoa ocupada. Sempre encontrávamos um jeito de dividir o trabalho, nós nos virávamos. Então, não me venha com essa história de 'não tenho tempo'. Isso não existe. Quando queremos nos organizar, nós conseguimos".
'Sublinhei a frase "isso não existe", pelo fato de que tambem costumo pronúnciá-la. 'É uma espécie de ironia para mostrarmos que é possível conquistar algo valioso em nossas vidas; porém é necessário que as pessoas promovam estratégias de crescimento profissional e pessoal.
Estou convícto de que esta leitura, para me, será de grande valia _ reforçando assim o prazer pela literatura.


                                                                   Claudio Faryas

O que é Ser Jornalista

O Que é Ser Jornalista







              
 
                                  Memórias profissionais de Ricardo Noblat
Este livro é da série, o que é ser, concebida pela editora Record. Retrata a trajetória de um profissional de caráter, honestidade e muita credibilidade. Ricardo Noblat nasceu no Recife, onde se formou em jornalismo pela universidade católica de Pernambuco, trabalhou nos maiores veículos de comunicação do país, entre eles, O Globo, Manchete, Veja e Isto É.
 Entre 1994 e 2002 dirigiu a redação do correio braziliense, sua carreira é pontuada por alguns acontecimentos políticos, como quando foi demitido do JB após a eleição do presidente Fernando Collor de Melo e o episódio de censura ao Correio Braziliense em 2002.
 Noblat é autor de céu de Favoritos, A Arte de Fazer Um Jornal Diário e co-autor de O Complo que elegeu Tancredo.
Em um trecho do livro, Noblat menciona a época em que o Correio Braziliense, jornal em que trabalhava, apareceu no jornal nacional da tv Globo pela primeira vez, tambem quando a revista Time citou o correio em três linhas. Publicamos um anúncio de página inteira, almeja, faça como a revista Time..., leia o Correio.
 Noblat deixa claro que se você não celebrar seus êxitos, ninguem celebrará.

 Em homenagem ao Carlos Domingos, que me presenteou com este livro durante um passeio ao morumbí shopping.







                                                                                          Claudio Faryas





Instinto Canino

A minha primeira poesia

Transmitindo um vasto brilho, com o seu olhar esplêndido, é o que deixa transparecer a minha cadelinha Mel, ao dirigir o seu doce olhar a alguém.
 Uma pequena cadela; dentre as menores raças, exibe a sua delicadesa em todos os sentidos; a compostura ao caminhar, sua cauda curta; quase insignificante. Ao dormir...
 O sono intenso, na cama ultra-aconchegante.
 Sua cabeça dissimulada, entre as patas, a sua fina audição, alerta.
 Ao sondar a imensa escuridão da noite, parece enxergar seres minúsculos; um latido..., em defesa do seu patrimônio e do seu melhor amigo... esse é o meu instinto.


                                                                                                     Claudio Faryas

Jornal Nacional Modo de Fazer



O livro do William Bonner pela editora Globo, 2009 é uma receita extraordinária para se produzir jornalismo de qualidade e credibilidade. _É importante ressaltar que , não apenas para profissionais de comunicação; a obra exprime detalhadamente, passo a passo da trajetória do Jornal Nacional, desde os primeiros âncoras aos atuais, dos quais nos presentearam com esta obra.
  Modo de fazer _o título lembra a tradicional receita de bolo das nossas avós, _porém com uma ressalva; a receita de bolo é imutável, enquanto que a metodologia de se produzir o Jornal Nacional é sempre renovada para  se obter um jornalismo versátil.
  O JN segue uma filosofia fascinante de  conduzir o programa a eternidade:                                                                                                                                                                                                _Olhar com um carinho especial para quem está do outro lado da tela.
                         _Entender que o telespectador é o que mantém o programa no ar.                                 
                      _Buscar opiniões junto aos telespectadores sobre estratégias de inovar, sempre...
 A obra retrata as aventuras do JN fora do estúdio, as reuniões de pauta, o JN atípico, o JN na cobertura das eleições.
 _"Fui crível ao exprimir as minhas ideias a respeito da grandiosa obra do jornalista Willian Bonner, de quem expresso imensa admiração e sou um fiel seguidor.


                                             Claudio Faryas

As Vantagens e Desvantagens das Pesquisas eleitorais nas Eleições

 As pesquisas eleitorais  são altamente impactantes e fazem a diferença na hora de selecionarmos uma pessoa capacitada para gerir o nosso patrimônio e demais setores da sociedade. O resultado das pesquisas, ao serem divulgados causam extremos comportamentos e auterações até na hora de votar. Há quem não acredite; porém as pesquisas realizadas a partir das opiniões dos próprios eleitores são fundamentais para termos uma visão global do ponto de vista da sociedade em relação a carreira e o perfil de cada candidato.
 O que também mostra absolutamente crível o resultado das opiniões públicas através das pesquisas, é a quantidade e a qualidade dos institutos de pesquisas que cresce a cada ano, _isso é primordial para a nossa democracia e para o país que queremos ser.
 Em termos de pesquisas e opiniões, o Brasil tem avançado de maneira ultra_rápida, até porque os institutos de pesquisas existem à apenas, algumas décadas. As pesquisas de qualidade e credibilidade também só existem, graças a nova democracia; sabemos que é possível monopolisar e burlar resultados de investigações e pesquisas, seja de qualquer segmento.

                                                                                                                      
Claudio Faryas

A Reputação de Marina Silva

 As eleições 2010 deixam uma marca na história da política brasileira; os fatos ocorridos nas eleições atuais são inéditos, causou sublevações entre os eleitores, _cidadãos comuns, dos mais variados segmentos que movem a nossa economia; migraram para a política sem ao menos compreender a sua essência e a força da nossa democracia.
 Entre os candidatos de primeira viagem, estão aqueles vindos do universo artístico, dentre eles, profissionais da música do esporte etc...  "esse fato é impactante para a imagem do Brasil, uma vez que o nosso país se posiciona no ranking das economias com maior potencial de crescimento no cenário internacional.
 Não obstante as alterações ocorridas nas nossas eleições, um fator inédito acontece; duas mulheres concorrendo ao cargo máximo da nossa nação. De um lado, Dilma Roussef do Partido dos trabalhadores, do outro, a candidata na qual eu destaquei nesse artigo, é a notável Marina Silva do Partido Verde, que foi derrotada com 20% do eleitorado logo no 2° turno. Más esse fato, são apenas peripécias que um candidato a um determinado cargo deve enfrentar. A carreira da Marina Silva é esplêndida, de origem pura, e com os votos do novo eleitorado, _alcançou extraordinária reputação.
 

                                                                                                                                                                Claudio Faryas

A Era Lula

A Era Lula

     O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre dois mandatos, de 2002 _período de glória para o Brasil e os brasileiros, no ano em que o futebol brasileiro conquista o seu quinto título mundial, á 2010, ano de muitas conquistas para o país, "uma das conquistas é justamente a vitória da candidata Dilma Rousseff, apoiada pelo presidente Lula para que o PT possa se perpetuar"... Durante esses oito anos de luz, Lula obteve um forte legado.
 Ao ser eleito em 2002, Lula foi unanimamente aplaudido pela população incrédula da sua vida política. Não obstante a origem  a humildade e, muita persistência ele conseguiu o mérito desejado; porém a sua carreira não acabou, " segundo pesquisas, ao ingressar na vida pública, ou política, uma pessoa se eternizará nesse segmento.
     Por todos os seus feitos, Lula será agraciado; as conquistas, as derrotas, até mesmo os atos ilícitos originados do seu partido, poderão ser usados como fatores estratégicos para auxilia-lo a se reerguer"... não obstante a famosa frase do (Max-Pol Fouchet), "as derrotas da vida conduzem às maiores vitórias".
     _É plausível recordar as obras realizadas pelo presidente mais popular da nossa história...
 ...assegurou a economia do país durante a época em que os Estados Unidos; maior potência econômica mundial sofriam uma de suas piores crises monetárias. _De toda forma, o colapso financeiro americano afetou vários outros países. _A descoberta do pré-sal, foi uma obra gigantesca, referindo-se à valores monetários, e a sua proporção é tão grande quanto a engenharia da Petrobrás em parceria com o presidente Lula na idealização das obras.
 Quando se fala em aviação aqui no Brasil, é interessante ressaltar o projeto de aquisição de um avião para atender a demanda de viagens de negócios do presidente Lula e sua comitiva; "esse foi mais um de seus ideais para a promoção dos projetos de políticas públicas".
     Dentre as suas realizações, Lula também foi único e democrático à depositar confiança e promover uma mulher para assumir a Casa Civil. "É importantíssimo abordar aqui, o legado da presidente Dilma Rousseff; uma mulher cuja origem é de uma sociedade batalhadora e persistente; não obstante  a sua capacidade de administrar, recebeu os votos de confiança da democracia brasileira, fator chave para a sua ascensão. "A primeira mulher eleita presidente do Brasil", essa é mais uma obra concluída pelo presidente Luiz Inácio Lula

da Silva.

                                                                                   Claudio Faryas                                                                           

Doar e Receber

Ver a felicidade no rostinho de uma criança é gratificante!
Vivendo a magia do Natal!
Que alegria!
Apreensão para descobrir o que está dentro do embrulho!

 
Qualquer adulto se derrete ao ver uma criança feliz!
O que será que se passa em um coraçãozinho tão carente de viver!
Há pessoas que sonham com muito dinheiro! compartilhar a felicidade de uma criança _ não tem preço!
apreensão para descobrir o que está dentro do embrulho!
Matando a curiosidade!
como é gostoso ver um sorriso tão inocente!
Ver atos como esse é extraordinário!
uma criança vivendo a magia do Natal!
As vezes _ não é necessário dispormos de muitos recursos financeiros para que façamos uma criança feliz!
A alegria do natal pode se originar a partir da inocência de uma criança!


                                                                                                     Claudio Faryas

Virada Cultural 2011

A prefeitura de São Paulo informa que em 2011 a Virada Cultural _ evento que tomará a cidade acontecerá mais cedo _  nos dias 16 e 17 de abril, aguardem...





























Fonte: prefeitura.sp.gov.br
            O Globo
           Blogs.universia.com.br/miramundo
           www.viradapaulista.com.br/novo/2010/04/

Visita de Obama

Visita de Obama é chance para destravar negociações Brasil-EUA

Algodão, laranja e etanol são temas que seguem sem consenso.
Indústria brasileira reivindica correção do déficit da balança comercial.

Darlan Alvarenga Do G1, em São Paulo
 
 
A visita de Obama é vista como uma oportunidade de avanços no comércio entre Brasil e Estados Unidos. Embora não exista nenhuma sinalização por parte do governo norte-americano de compromisso em relação a reivindicações como redução de tarifas, retirada de medidas antidumping e fim de subsídios no setor agrícola, o encontro com a presidente Dilma Rousseff, com a esperada assinatura de acordos bilaterais, marca uma nova etapa no relacionamento entre os dois países.
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“A visita por si só demonstra um desejo de reaproximação, sobretudo em termos políticos, uma vez que Obama não escondeu que não gostou da posição brasileira em temas como Irã e Honduras”, afirma Mario Antonio Marconini, presidente do conselho de relações internacionais da Fecomercio-SP.
Para Eduardo Fonseca, diretor de relações governamentais da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Ancham), ainda que a visita se restrinja a memorandos de entendimento, serão abertos caminhos para uma agenda concreta de negociações comerciais. “O Brasil é o único país entre as dez maiores economias que não tem nenhum tipo de acordo formal com os Estados Unidos nas áreas de comércio, investimento e tributos. Portanto, a agenda para avanço é muito grande.”
Obama desembarca em Brasília no próximo sábado (19), acompanhado pela primeira-dama, Michelle, e pelas filhas Sasha e Malia, além de uma comitiva que deve reunir cerca de mil pessoas. Em sua primeira viagem oficial ao Brasil, Obama participará de almoço no Itamaraty e de jantar no Palácio da Alvorada. No domingo, no Rio, visita uma Unidade de Polícia Pacificadora em uma comunidade e discursa em público na Cinelândia, no Centro da cidade.
A pauta oficial do encontro entre Obama e Dilma ainda não foi divulgada. De acordo com o Itamaraty, o Brasil negocia acordos nas áreas de comércio, investimentos, energia, defesa, ciência e tecnologia, inovação, cooperação espacial, educação, cultura e combate à discriminação racial. Os textos dos tratados, porém, ainda não foram fechados.
comércio Brasil-EUA (Foto: Editoria de Arte/G1)
Dentre os temas na mesa, o comércio se destaca como o que mais provoca disputas entre os dois países. Apesar das últimas vitórias contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC), como no caso do algodão, do suco de laranja e de produtos siderúrgicos, o Brasil continua enfrentando diversas barreiras para colocar seus produtos no mercado norte-americano, sobretudo os de origem agrícola. Exportações de carne bovina, suína e frango “in natura”, por exemplo, são proibidas.

Para complicar a equação, o Brasil vem registrando um crescente déficit comercial com os EUA, que já foi o principal parceiro do país e hoje representa o 2º principal destino das exportações, atrás da China. Em 2010, o desequilíbrio entre compras e vendas para os norte-americanos subiu 75% – de US$ 4,43 bilhões para quase US$ 7,73bilhões. O Brasil é o 8º destino das exportações dos EUA (Veja tabela acima).

O diretor de relações internacionais e comércio exterior da Fiesp, Ricardo Martins, lembra que há 10 anos, os EUA respondiam por quase um quarto das exportações brasileiras. “Com a valorização do real, o descompasso se agravou e a competição ficou ainda mais difícil”, afirma.
“O Brasil é o único pais entre as 10 maiores economias que não tem nenhum tipo de acordo formal com os Estados Unidos nas áreas de comércio, investimento e tributos"
Eduardo Fonseca,, Ancham
Ele destaca, porém, que a principal reivindicação da indústria brasileira é a renovação por parte do governo dos EUA do Sistema Geral de Preferência (SGP), pelo qual produtos manufaturados de países em desenvolvimento têm acesso privilegiado ao mercado norte-americano. No ano passado, cerca de 10% das exportações brasileiras (US$ 2,12 bilhões) se beneficiaram da isenção tarifária. Já para 2011 não há qualquer previsão, uma vez que o Senado americano não renovou o programa para o Brasil.

“O SGP atinge de madeira à eletro-eletrônicos, passando por plástico, autos, máquinas e equipamentos. Se não for renovado, o déficit comercial poderá ser ainda maior neste ano”, alerta Martins.

De acordo com Marconini, as exportações para os EUA dentro do programa já chegaram a somar US$ 5 bilhões no começo da década passada. “Essas vendas brasileiras não representam 1% das importações americanas, mas todo assunto de comércio exterior está hoje na mão do Congresso dos EUA, que é extremamente protecionista”, afirma.

O professor de relações internacionais da ESPM, Corival Alves do Carmo, lembra que o lobby em defesa dos subsídios é muito forte no congresso americano. E dadas as dificuldades atuais de Obama no Congresso, com os Republicanos dizendo que suas grandes vitórias nas eleições de novembro, os autorizam a exigir cortes maiores no Orçamento, é difícil imaginar que Obama possa tomar qualquer passo que seja interpretado como uma grande concessão ao Brasil. "Entre a política interna e externa, os interesses internos tendem sempre a prevalecer", afirma Carmo.
Ele destaca que a maior parte das exportações para o país é de produtos manufaturados básicos, diferentemente do que ocorre nas vendas para a China. Em 2010, os produtos mais vendidos para os EUA foram óleos, café, pastas químicas, ferro fundido e parte de motores para veículos. “É no mercado americano que o Brasil consegue exportar suas manufaturas, de maior valor agregado, por isso é tão importante", afirma.
Histórico de disputas
O Brasil tem obtido uma sequência de vitórias na OMC contra os Estados Unidos. Dos 14 contenciosos dos quais já participou, o governo brasileiro obteve seis vitórias definitivas e uma preliminar. Os demais casos foram suspensos ou encerrados por meio de acordo ou pela própria queda da prática questionada.

A mais recente vitória brasileira foi no caso do das taxas de antidumping aplicadas pelos EUA ao suco de laranja, em fevereiro deste ano. A OMC considerou ilegal a prática conhecida como “zeramento” (zeroing). Segundo o Itamaraty, a fórmula usada para sobretaxar o produto brasileiro desconsidera alguns negócios com preço maior que o de mercado, o que descaracterizaria o dumping. O caso ainda está em fase de apelação e é o único contencioso em tramitação hoje contra os EUA na organização mundial. “Eles deverão esticar o caso o máximo que puderem”, acredita Martins.
“O Brasil tem mantido a tradição de não adotar uma posição mais intransigente até mesmo para evitar alguma chance de retaliação, mas tem usado as vitórias na OMC como elemento de pressão com os EUA”
Corival Alves do Carmo, ESPM
No imbróglio mais famoso entre os dois países, a OMC autorizou o Brasil em 2009 a retaliar os EUA em US$ 829 milhões em razão dos subsídios concedidos aos produtores de algodão. Isso seria feito por meio da elevação de tarifas de importação e quebra de patentes. Mas o Brasil decidiu suspender a aplicação da medida por dois anos, ainda que não exista qualquer sinal de "retirada efetiva" dos subsídios declarados ilegais.

“O Brasil tem mantido a tradição de não adotar uma posição mais intransigente até mesmo para evitar alguma chance de retaliação, mas tem usado as vitórias na OMC como elemento de pressão com os EUA”, afirma Corival.

A vitória do Brasil no caso do algodão já gerou alguns avanços. Foi criado um fundo de apoio a programas que beneficiem a cotonicultura nacional, no valor de US$ 147,3 milhões anuais, patrocinado pelos EUA. O governo norte-americano também aceitou dar sinal verde a uma regulamentação que permita exportações de carne “in natura”, começando pela carne suína, mas as licenças sanitárias ainda não foram concedidas.

“Hoje só podemos vender carne processada. A liberação da carne suína está em discussão há um ano e até agora não se concretizou”, afirma Carlos Sperotto, da comissão nacional de relações internacionais da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Não queremos competir com os Estados Unidos. Num cenário de fome mundial, as fontes produtores deveriam trabalhar juntas para atender as demandas mundiais”.

Preço do álcool sobe em São Paulo (Foto: Paulo Piza/G1)Etanol que abastece grande parte da frota brasileira sofre restrição nos EUA (Foto: Paulo Piza/G1)

Outra tema agrícola de discórdia é o do subsídio americano de US$ 0,45 por galão à produção de etanol e a sobretaxa de US$ 0,54 por galão imposta ao produto brasileiro pelo Senado dos EUA. O governo brasileiro vem cobrando a substituição do milho como principal matéria-prima do etanol fabricado nos EUA, mas o assunto deve ficar de fora da pauta de Dilma e Obama, ainda mais por que o Brasil não tem dado conta sequer de suprir o mercado interno com etanol.
Acordos bilaterais
Temas específicos do comércio bilateral não deverão ser tratados diretamente no encontro entre Dilma e Obama. “Se as discussões se centrarem em torno dos contenciosos, a visita tende a ser um fracasso. Acredito que o principal objetivo da visita seja melhorar o clima da relação comercial e diminuir a tensão entre os dois países”, afirma Corival.

De mais concreto, espera-se a assinatura de um tratado de cooperação econômica e comercial (Teca, na sigla em inglês), criando um sistema de consultas permanente para que as barreiras e obstáculos burocráticos ao comércio e aos investimentos nos dois países sejam discutidos e resolvidos.

Para facilitar os investimentos, os dois presidentes também devem tratar do fim da bitributação sobre lucros e royalties. É do interesse dos países também aumentar o número de voos entre o Brasil e os Estados Unidos. Da mesma maneira que ambos os países já se posicionaram contra a desvalorização da moeda chinesa, pode haver também uma posição de convergência sobre a retomada das negociações da rodada Doha, para liberalização do comércio.
Algodão (Foto: Reprodução/Globo Rural)Algodão motivou disputa na OMC (Foto: Reprodução/Globo Rural)
“A conversa deveria ser no sentido de ‘vamos trabalhar juntos’, com o Brasil oferecendo cortes nas suas tarifas de importação, e os Estados Unidos pressionando a China e a Índia a abrirem mão dos seus subsídios agrícolas.”

Para Fonseca, da Ancham, casos pontuais do comércio bilateral só deverão ser de fato discutidos na visita que Dilma fará a Washington, em junho.

Ele ressalta, porém, que a presença de empresários e dos secretários de Energia e Comércio na delegação de Obama, demonstra o interessado dos EUA em oportunidades da área de petróleo, infraestrutura e energia renovável.

“É do interesse dos Estados Unidos estabelecer com o Brasil uma parceria estratégica do ponto de vista de energia. Como se não bastasse a tensão nos países árabes, é muito mais fácil importar petróleo do Brasil do que do Oriente Médio”, diz.